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OS MOVIMENTOS SOCIAIS SOB PERSPECTIVA MARXISTA - ENTREVISTA COM GABRIEL TELES

 

OS MOVIMENTOS SOCIAIS SOB PERSPECTIVA MARXISTA

ENTREVISTA COM GABRIEL TELES

EDIÇÕES REDELP

 

Gabriel Teles é pesquisador e sociólogo. É graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás; Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás e Doutorando em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Em seu mestrado desenvolveu tese sobre movimentos sociais, bem como dedicou vários outros escritos a esta temática. Assim, suas áreas de interesse são o marxismo, os movimentos sociais, entre diversos outros. Gabriel Teles é autor da obra Análise Marxista dos Movimentos Sociais (Goiânia: Edições Redelp, 2020). Ele nos concedeu uma entrevista sobre esta obra e questões correlatas visando trazer esclarecimentos a respeito da questão dos movimentos sociais na perspectiva marxista.

 

Edições Redelp: Qual é a intenção ou objetivo do senhor ao lançar essa obra na atualidade?

 

Gabriel Teles: Penso que há um duplo objetivo com o lançamento dessa obra. O primeiro deles é contribuir com o avanço de uma teoria marxista sobre os movimentos sociais, bem como a divulgação e análise de outros trabalhos realizados e assentados nessa teoria. O segundo, atrelado ao primeiro, é demonstrar que os recursos teórico-metodológicos do marxismo são não apenas adequados para explicar os movimentos sociais, mas que, ouso dizer, é a única teoria que consegue lidar com toda complexidade e múltiplas determinações deste fenômeno. Esses dois objetivos se cruzam, enfim, com a principal intenção desta obra, que é explicitamente política: fornecer subsídios teóricos e analíticos que contribuam com a radicalização dos movimentos sociais de tendência revolucionária que buscam vincular suas demandas específicas com a luta pela transformação radical da sociedade. A clareza teórica de um determinado fenômeno social gera a clareza na prática política. Logo, a compreensão equivocada do que sejam os movimentos sociais e suas determinações gera uma ação equivocada na prática política geral.

 

O único sentido que poderíamos colocar como sendo temeroso analisar os movimentos sociais a partir do marxismo é que ele desmascara as ilusões de uma visão idílica sobre esses movimentos e aponta as contradições e limites de outras abordagens e interpretações sobre esse fenômeno.

 

Edições Redelp: O marxismo sempre é abordado nas obras sobre movimentos sociais como não tendo muito o que dizer sobre esse fenômeno, ou então como algo ultrapassado, ou, ainda, com validade restrita ao estudo do movimento operário ou século 19. Diante desse quadro, emerge a questão: não é temeroso analisar movimentos sociais a partir do marxismo?

 

Gabriel Teles: O único sentido que poderíamos colocar como sendo temeroso analisar os movimentos sociais a partir do marxismo é que ele desmascara as ilusões de uma visão idílica sobre esses movimentos e aponta as contradições e limites de outras abordagens e interpretações sobre esse fenômeno. Ou seja, é temeroso para quem busca ocultar a realidade concreta, daqueles intelectuais e pesquisadores atrelados aos modismos acadêmicos e ligados aos interesses que se conformam a essa sociedade, geradora de exploração, dominação e insatisfação social. Excetuando esse exemplo, a análise marxista dos movimentos sociais é bem-vinda e nos auxilia a compreender, de maneira concreta e inserida na totalidade da sociedade capitalista, as suas múltiplas determinações, tanto à nível conceitual-analítico, quanto à nível político. Como disse anteriormente, o marxismo é a teoria adequada e correta para analisar todos os fenômenos que orbitam o social e o ser humano. Os movimentos sociais, como fenômenos sociais, não escapam de sua investida.

 

Edições Redelp: A análise de Marx do movimento operário contribui com a compreensão dos movimentos sociais?

 

Gabriel Teles: Sem dúvida. Por mais que a sociedade capitalista tenha mudado, ainda vivemos numa sociedade classista e a dinâmica da luta de classes é, para citar Marx, o motor da história. Discuto essa questão no livro de maneira mais aprofundada apresentando a discussão sobre a relação entre classes sociais e grupos sociais (base dos movimentos sociais). Se é certo que o arranjo social dos movimentos sociais são os grupos sociais, então a sua composição social é, também, uma composição de classes. Um exemplo poderá clarificar melhor esta questão: no interior de um mesmo grupo social, como o das mulheres, podemos vislumbrar diversas manifestações de classe e subdivisões desta. Há mulheres com pertencimento burguês, proletária, intelectual, camponesa, burocrata etc. Isto significa dizer que os grupos sociais não são homogêneos, e o que os diferencia, essencialmente, é a questão de classe. Os interesses de uma mulher proletária são distintos de uma mulher burguesa, gerando diferença (caso se juntem ou formem um movimento social) no tipo de insatisfação, senso de pertencimento, forma de mobilização, objetivos etc. Assim, os movimentos sociais são uma resposta da luta de classes na sociedade capitalista, podendo ser monoclassistas (formados tão somente por uma classe social) ou policlassistas (formados por duas ou mais classes socais). O exemplo do grupo das mulheres pode ser considerado um exemplo de movimento policlassista. Essa questão nos leva a perceber e aprofundar a questão da composição de classe dos grupos e indivíduos pertencentes aos movimentos sociais (e suas ramificações), bem a hegemonia interna de um mesmo movimento social. Com essas premissas, já podemos perceber a importância a análise de Marx sobre o movimento operário na compreensão dos movimentos sociais. A hegemonia proletária é o fator fundamental para caracterizar uma tendência de um movimento social como revolucionário e, assim, contribuir com o processo revolucionário via revolução proletária.


"A compreensão equivocada do que sejam os movimentos sociais
e suas determinações geram uma ação equivocada na prática política geral".




Edições Redelp: Os movimentos sociais são vistos como elemento de transformação social. Concorda com tal afirmação? Se concorda, como eles contribuem com a transformação social? Se não concorda, por qual motivo eles não contribuem com a transformação social?

 



Gabriel Teles:
Como colocamos anteriormente, os movimentos sociais estão inseridos na luta de classes. Partindo desse pressuposto, os movimentos sociais podem ser vistos tanto como elementos de transformação social como quanto elementos de conservação social. Isso vai depender de múltiplas determinações, especialmente a questão da hegemonia interna desses movimentos e do contexto mais amplo da sociedade (se há estabilização ou acirramento da luta de classes num nível mais amplo). Em tempos de estabilização da acumulação de capital, tendencialmente as variedades hegemônicas dos movimentos sociais são a reformista e conservadora. Ambas contribuem para a reprodução da sociedade, logo, são elementos de conservação desta mesma sociedade – em níveis e propostas diferentes, mas ambas reprodutoras. A bem da verdade, os movimentos sociais revolucionários, devido a sua própria proposta de rompimento radical com a sociedade capitalista, são mais raros e sempre possuem dificuldades de se articular em momentos não revolucionários. Só para citar um exemplo, a radicalização do movimento estudantil francês, em 1968, é um exemplo de movimento social com hegemonia proletária que apontou para um projeto autogestionário, isto é, revolucionário. Mas tão logo o processo contrarrevolucionário saiu vitorioso (inclusive com ajuda de outras ramificações do movimento estudantil de lastro reformista), o movimento estudantil revolucionário reflui e acaba não tendo o alcance de antes.

 

Os movimentos sociais podem ser vistos tanto como elementos de transformação social como quanto elementos de conservação social. Isso vai depender de múltiplas determinações, especialmente a questão da hegemonia interna desses movimentos e do contexto mais amplo da sociedade (se há estabilização ou acirramento da luta de classes num nível mais amplo).

 

 

Edições Redelp: Um dos aspectos trabalhados no livro é a importância da categoria totalidade para a análise dos movimentos sociais. Ora, desde os anos 1970 a ideia de totalidade começou a ser questionada e o que é hegemônico hoje é a sua recusa, sob várias formas. Sendo assim, defender a categoria totalidade para analisar os movimentos sociais não seria um retorno nostálgico ao passado?

 

Gabriel Teles: Como bem disse Sartre em seu livro A questão do Método, o marxismo é a teoria revolucionária de nosso tempo e encontra-se, ainda, insuperável. É insuperável pois as circunstâncias e determinações que o engendraram não foram ainda superadas. Logo, é um contrassenso afirmar que a totalidade, uma das categorias elementares do método dialético, é um recurso que significa um retorno nostálgico ao passado, já que o marxismo é a teoria que apresenta o futuro (utopia concreta). A recusa da totalidade faz parte daquilo que Nildo Viana chamou de contrarrevolução cultural preventiva expressa na mudança de paradigma da episteme burguesa: o subjetivismo. Entre as ideologias mais conhecidas desse paradigma encontra-se o pós-estruturalismo (“pós-modernismo”) que decreta o fim das supostas “metanarrativas” (Lyotard). É nesse bojo ideológico, que se torna hegemônico nas universidades, centros de pesquisa, etc., que a totalidade é recusada e jogada na lata de lixo. Apesar de amplamente difundida e reproduzida, é totalmente falsa a sua proposta. Ela gera uma simultânea destotalização e despolitização que é bem conivente para os próprios interesses dessa sociedade. A totalidade, diferentemente do que é anunciado por esse paradigma, torna-se fundamental na análise dos movimentos sociais, já que estes devem ser compreendidos em relação aos outros elementos da sociedade capitalista (modo de produção, estado, sociedade civil, cultura, dinâmica da luta de classes, etc.). Há um capítulo específico sobre essa questão que a aprofunda em meu livro.

 

Edições Redelp: O movimento operário desapareceu das manchetes de jornais, as greves já não ocorrem como antes, parece que não existem mais lutas operárias. Hoje ganha destaque a luta das mulheres, dos negros e outras chamadas “minorias”. O movimento operário desapareceu? A classe operária se integrou no capitalismo?

 

Gabriel Teles: Apesar de seu aparente “desaparecimento”, o movimento operário continua existindo e é central em nossa sociedade. A grande questão é que nas últimas décadas, o movimento operário se limitou, devido a uma infinidade de determinações, às lutas espontâneas e, no máximo, às lutas autônomas (para utilizarmos os estágios da luta operária analisadas por Karl Jensen). Assim, o que houve foi um recuo das lutas mais radicais e não desaparecimento do movimento operário revolucionário. Inclusive é no interior das teses ideológicas do desaparecimento do movimento operário ou da integração da classe operário ao capitalismo que surge uma das principais abordagens sociológicas dos movimentos sociais, a culturalista (ou também conhecida como “teoria dos novos movimentos sociais”). Essa abordagem culturalista insurge em um contexto histórico caracterizado por mudanças significativas na sociedade capitalista. Trata-se de um contexto marcado pela transição de um regime de acumulação para outro, o que pressupõe uma mutação ideológica, trazendo consequências e desdobramentos para as análises dos movimentos sociais, sobretudo na Europa. Paulatinamente, o paradigma reprodutivista começa a perder forças com a emergência do paradigma subjetivista e, posteriormente, com sua hegemonia a partir dos anos de 1980. No final dos anos 60, ocorre um processo de radicalização de diversos movimentos sociais (especialmente o movimento estudantil e o movimento negro) e do movimento operário; trata-se da intensificação das lutas de classes posta pela crise de acumulação conjugada. Com o fim dos conflitos e a instauração de um novo de regime acumulação (integral), ocorre a retomada da estabilização da acumulação de capital e, com ela, uma nova mutação cultural que tentará responder, à nível ideológico, as novas determinações deste tempo histórico. Uma destas respostas é o surgimento do pós-estruturalismo, que, como colocamos anteriormente, buscava criticar as “metanarrativas históricas”, negando e questionando a categoria da totalidade, retirando a “centralidade” do trabalho, ofuscando as lutas de classes enquanto motor histórico da sociedade, etc. No entanto, enquanto houver extração de mais-valor como elemento fundamental constitutivo da sociedade capitalista, a classe operária terá papel igualmente fundamental nos conflitos sociais. O seu recuo é só aparente e momentâneo. Tendencialmente aproxima-se uma próxima grande crise de acumulação de capital e, novamente, a velha toupeira voltará a ressurgir. É somente o movimento operário que tem as condições e possibilidades de transformar radicalmente a sociedade.

 

Assim, o que houve foi um recuo das lutas mais radicais e não desaparecimento do movimento operário revolucionário. Inclusive é no interior das teses ideológicas do desaparecimento do movimento operário ou da integração da classe operário ao capitalismo que surge uma das principais abordagens sociológicas dos movimentos sociais, a culturalista (ou também conhecida como “teoria dos novos movimentos sociais”).

 

Edições Redelp: O marxismo se vincula ao movimento operário. Este não vem desenvolvendo lutas radicais, com raras exceções. Essa é a razão do deslocamento para a análise dos movimentos sociais? O marxismo está buscando um substituto para o movimento operário?

 

Gabriel Teles: Não, o marxismo não busca um substituto para o movimento operário. Se o buscasse, já não seria mais marxismo e sim outra coisa completamente diferente. O marxismo só pode ser compreendido como expressão teórica do movimento revolucionário do proletariado. Ou seja, faz parte de sua essência ser uma expressão dessa classe. Se a classe operária desaparecer, o marxismo igualmente desaparece. E sabemos que isso só pode acontecer com um processo revolucionário que destrua o capitalismo em sua totalidade. Tendo isso em vista, o marxismo analisa os movimentos sociais por eles terem um papel importante na dinâmica da luta de classes. Apesar da luta fundamental no interior do capitalismo ser, na perspectiva marxista, a luta de classes sociais, que dá sustentação à sua dinâmica histórica, outros conflitos, irradiados direta ou indiretamente desta luta, são postos e marcam a paisagem contraditória no interior da sociedade capitalista. Por esse ângulo, os movimentos sociais, constituídos por grupos sociais, que começaram a possuir significativa importância em meados de segunda metade do século XX, se apresentam como movimentos que possuem suficiente importância para compreender o complexo quadro histórico das lutas no interior do capitalismo.

 

Tendencialmente aproxima-se uma próxima grande crise de acumulação de capital e, novamente, a velha toupeira voltará a ressurgir. É somente o movimento operário que tem as condições e possibilidades de transformar radicalmente a sociedade.

 

Edições Redelp: Hoje em dia se fala de movimento feminino, movimento negro, entre outros movimentos sociais e não se fala mais de classes, luta de classes, movimento operário. Como explicar isso?

 

Gabriel Teles: É a força da hegemonia burguesa reinante. O problema não é falar sobre o movimento feminino, movimento negro e outros movimentos sociais; o real problema é a maneira como os compreende e o ofuscamento de que o principal conflito da sociedade capitalista ainda é a luta de classes, cujo os próprios movimentos sociais fazem parte. Como expliquei em resposta anterior, se trata das mutações ideológicas ocorridas no capitalismo contemporâneo a partir de uma nova renovação hegemônica, o subjetivismo. Falar de movimentos sociais sem perceber a sua relação com as classes sociais (composição de classe, hegemonia interna, etc.), bem como a luta de classes, é deixar de lado uma parte importante que explica a própria dinâmica dos conflitos dos movimentos sociais. Daí, novamente, a importância da categoria da totalidade.

 


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